domingo, 30 de junho de 2013

NEFERTITI - DOMINADA PELO AMOR

Esculpido em calcário, com 3.400 anos de idade, aproximadamente, o busto de Nefertiti, ou a Grande Esposa Real do Faraó Aquenáton, uma celebridade no mundo antigo, é um exemplo típico  da beleza feminina.  Foi moldado em 1345 a.C., pelo escultor Tutmés, afirmam alguns estudiosos e pesquisadores da história  da arte. Chefiada por Ludwing Borchardt, uma equipe de arqueólogos alemães descobriu a escultura em 1912, na cidade de Amarna, Egito e, a partir daí, ela  foi levada para diversos lugares da Alemanha. Atualmente está em exposição no Neues Museum, em Berlim. Desde 1920, o Egito luta pela devolução do busto,  mas até o momento não obteve sucesso. Nefertiti, que significa A Bela Chegou, dominada pelo amor de Aquenáton,  sempre olhou a vida com compaixão e doçura. Foi adorada por toda uma civilização que acreditava na bondade como uma condução ao mundo espiritual,  a uma nova vida e a  um novo corpo. Suas atitudes eram apreciadas principalmente pelas mulheres, que seguiam os seus exemplos na busca dos sentimentos verdadeiros e da paixão sem limites. Hoje a rainha mora numa caixa de vidro, em solo germânico, e é  apreciada por milhares de pessoas. Segundo alguns visitantes, quando olham fixamente para o rosto da "deusa" , sentem o cheiro das flores de lótus do Vale do  Nilo  e uma  doce sensação de alegria no coração. São os olhos de Nefertiti  que,  mesmo foscos, apreciam os costumes do mundo contemporâneo,  irradiando confiança e vontade de viver.

Gurgel de Oliveira


sexta-feira, 28 de junho de 2013

SOBRE A ARTE ETRUSCA

ETRUSCOS
Artesãos com habilidades especiais, os etruscos executavam estatuárias, vasos, em terracota, bronze, barro e metal. A joalheria em marfim, prata e ouro e as peças confeccionadas em BUCCHERO, a cerâmica negra, também são testemunhos do talento e bom gosto daquele povo. As urnas funerárias encontradas nas últimas escavações em tumbas subterrâneas, esculpidas com as formas anatômicas do morto, revelam a crença em uma vida após a morte e resgatam vestígios de rituais "religiosos" praticados" no cotidiano daquela civilização. Ruínas de templos também nos apontam as habilidades dos etruscos, no que diz respeito aos projetos arquitetônicos. As arquitraves e beirais eram adornados com elementos que nos remetem à arte helenista, tão especial e requintada como o vinho de 2000 anos encontrado numa ânfora, no mar de Alexandria.
Gurgel de Oliveira

quinta-feira, 27 de junho de 2013

POST MORTEM





    No século dezenove, era hábito entre as famílias abastadas, fotografar os seus mortos em cenários especialmente construídos para essa prática. A Arte Post Mortem, como era conhecida, eternizava crianças, jovens e adultos, antes do último adeus. A foto aqui postada, que retrata três irmãs num momento de explícita morbidez, é um exemplo claro dos costumes estranhos do povo daquela época. O adeus a Samira, que não vingou, foi produzido numa tarde de inverno, em alguma cidadezinha da Europa do Leste. Fazia muito frio dizia o bilhete achado próximo ao túmulo. Estavam todos de preto e alguns choravam muito. Flores foram atiradas no gelo do lago. Samira foi depositada num poço de lama e lágrimas. Suas irmãs nunca mais foram vistas. Um caçador afirmou ter sentido crianças correndo pela floresta. O choro de Samira ainda é ouvido e cartas ilegíveis são encontradas de vez em quando.O Verão não se pronuncia e a casa foi fechada para sempre. A vida segue o seu curso.O lago nos presenteia com segredos e caixas de cimento. O domingo se aproxima! A igreja recebe fiéis para orações e silêncio. Samira observa tudo de longe...Como uma foto presa no tempo.
Gurgel de Oliveira

segunda-feira, 24 de junho de 2013

O QUARTO

Façam silêncio, por favor! A chuva vem forte e com ela a possibilidade de escuridão e alucinações. Fiquemos embaixo dos cobertores esperando Aberico, o rei dos Nibelungos,  ou Santa Sofia, deusa do conhecimento,  que das montanhas turcas acalanta Istambul. Está na hora de dizer adeus à lucidez e mergulhar as mãos nos poços de fumaça e enxofre. Façam silêncio e tentem dormir...Relaxar  é quase impossível diante de tantas ameaças. Estômagos bradam de fome e os intestinos urgentes se calam diante do caos. A nossa cidade não é mais a mesma. Pessoas sem rosto arrastam lençóis pelas ruas dos centros históricos...Vítimadas pela "lombra" química e virtual que agora faz parte desse mundo de estranhamentos e repulsa. Não se calem diante do desconhecido. A perversidade tem olhos de cabra e unhas que mais parecem agulhas formatadas em gesso e nata. Corram agora para os nossos esconderijos. Uma tropa armada nos procura com fogo e  gelo nas pálpebras. Rezemos para Santa Sofia...Que ela  nos proteja do óbvio...As coisas costumam surgir velhas demais e duram pouco. Tentem dormir, por favor! Já está chovendo e não temos abrigo. Tecidos molhados nos trazem calor e medo. Dormir é sempre bom e o pai do sono já vai passar. Fiquemos imóveis...Os sonhos vão trazer a crença em melhores dias.
Gurgel de Oliveira