A ideia abstrata da beleza perfeita incomoda o escritor. O barulho dos aviões de guerra deslizam pela caneta e mancha o texto tantas vezes escrito. A ausência perturba e resgata momentos absolutos de tristeza e solidão. E o brilho do Pavilhão Dourado reflete a infância de perversidade e tirania, numa aldeia de casinhas brancas e simplicidade perto de Tokio. A espada do Samurai mira o aparelho digestivo e retalha a carne com músculos e sangue. E o ideal de beleza inunda tapetes e travesseiros que exalam sakê e sushi. Para sempre seremos animais com fome e dores vertebrais; observadores do lixo que brota dos seres humanos e dos contos de Mishima. Para sempre tentaremos matar a fome do outro que está preso ao espelho. Até que o tempo nos traga a areia do deserto que esconde as almas das crianças que morreram abraçadas ao silêncio.
Gurgel de Oliveira
Gurgel de Oliveira
Gurgel, meu querido. Passo aqui mais uma vez para te parabenizar pelos escritos e dizer que quero ver logo esse blog virar um livro! É merecedor. Abraço.Beijo.Caroll
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