É necessário que corramos riscos. Escadas de madeira são frágeis e não suportam sofrimentos. As farmácias ficam próximas, mas as pomadas estão em falta. Pedaços de retalhos amarram ferimentos. O sangue se acomoda e o descanso é inevitável. Frutas geladas no palito enganam crianças e bichos. Nunca é tarde para recomeçar. A noite desperta o medo e os bonecos de madeira. Lamparinas estão acesas. Já é hora de ir para a cama e se jogar nas cacimbas do sono. A vida sem cicatrizes não tem o sabor dos jogos. A infância é perversa e os punhais estão afiados. Não cortemos os nossos corpos de uma só vez. Façamos aos poucos. Como os carrascos medievais. Já é quase manhã de domingo e teremos que ir à missa. Peles e bandagens fazem parte das orações. Gritemos aos ventos que já é hora de parar. As feridas vão sarar agora!
Gurgel de Oliveira
Fotos de domínio público.
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