Os vícios ainda dormem. Cidades e rios afundam na ilusão do medo. Ossos e carnes não habitam mais os frigoríficos. Crianças são recortes colados nas paredes e os relógios pararam no tempo. Ser feliz é uma penumbra. Unhas rasgam cortinas e levantam as saias do amanhecer. Abram os olhos com muito cuidado. Ameaças estão sobre a mesa e a nata do leite sumiu na madrugada. Correr em busca do nada é um esforço que causa tremores nos nervos. Que se calem as bocas das avenidas. Respirar é o essencial.
Gurgel de Oliveira
Foto do Site de Nizo Gomide. O nome do fotógrafo não foi encontrado.
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