domingo, 6 de abril de 2014

INSÓLITO

Não importa se estão olhando de longe. A corrida vai começar e os cães da guarda serão os vencedores. Os planos que fizemos não tiveram êxito e as florestas estão cheias  de cores.  frutos  ressecam pelo caminho e cidades comemoram os sobreviventes . Os copos de vinagre adornam  os bancos da praça.  Esquilos correm e suportam castanhas nos ombros. Chegou a hora dos momentos felizes.  Estrelas parecem mais próximas e a noite se veste de festas. Fatalidades não tragam crenças. Velas e terços não habitam mais os conventos  . Acalmemos os choros das meninas cegas. As suas retinas velejam  e a febre nos joelhos incomoda. É essencial que saiamos agora. As horas estão passando e os relógios querem ir embora. A dor do amor é de uma crueldade que assusta. Não amemos mais. Cultivar imagens e amarrar os dedos do mundo com fitas e farpas  é a solução. O texto está acabando e a sensação de vazio não passa. Quero oferecer lírios e sabores  aos estranhos. Eles são merecedores de aromas. Corramos enquanto é tempo. As fraturas  não são tão rápidas e a garganta do mundo tem mucosas e sono.

Gurgel de Oliveira

Foto:  Site Populista 2013

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