quarta-feira, 11 de março de 2009

SOBRE VERDADES E CASARÕES

Palavras presas em cartazes que não anunciam nada. Propagandas de prazeres baratos para todas as etnias e nacionalidades. Homens polacos em busca de coxas malhadas e sem nenhuma instrução. Lugares que oferecem de tudo, inclusive o calor proibido dos famosos quartos marroquinos. Bares e botecos que acolhem Pedro, João, Francisco e Helenas loucas por um beijo molhado vindo dos mares asiáticos. Monumento em arenito, coluna oitavada toscana revestida com azulejos portugueses do século XVIII encimada por adornos em porcelana branca. Casarões seculares que guardam nos cômodos curiosas histórias de herdeiros da colonização. Pessoas que passam, sem destino certo, às vezes desesperadas, às vezes caladas e, muitas vezes, cansadas de uma existência medíocre e sem nenhum sentido. Ruas estreitas e becos com cheiros fortes, mas com um pouco de encanto. Tenho todas estas coisas no lugar onde moro. Aos domingos, quando o sol insiste em partir deixando um raio de melancolia, fica o desejo de uma segunda-feira menos dura e mais próspera, em algum canto dos nossos olhos.
Gurgel de Oliveira

Um comentário:

  1. gurja, manda as fotos da Nega p mim q vou publicar no meu blog (sei fazer, vai rolar, mas ainda n tenho um nome. alguma sugestão?).
    abç da bel

    ResponderExcluir