As ruas dacidade amanheceram molhadas e frias; os bairros mais distantes do centro sofrem e os seus moradores lamentam objetos perdidos e vidas em perigo. É sempre assim na histórica Salvador. Enquanto os tambores tocam no Pelourinho, milhares de pessoas tentam enxugar a umidade de um cotidiano quase sempre dolorido. É chegado o tempo de pensar em dias melhores. Dias em que não tenhamos que segurar os nossos sonhos para que as águas não os carreguem para longe de nós. É tempo de pensar no próximo e dar as mãos aos que nada comem. É tempo de arregaçar as mangas e fazer força para que o sol nos alcance com o calor e a luz. É hora de brilhar e distribuir sorrisos aos que cumprem pena. Aos que moram nos calabouços e se alimentam de terra e lama. A resignação traga fatalidades e crenças. A vontade de estar vivo supera qualquer sintoma de tristeza e intranquilidade. O mundo é uma armadilha e precisa ser vencido. Por que não pedir à Senhora das Águas que nos traga roupas secas e nos cubra com lençóis de esperança e glória? Será que é pedir muito? Acho que não! A solução sempre chega de onde menos esperamos. Axé!
Gurgel de Oliveira
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