Câmaras frigoríficas preservam os corpos idealizados e congelados por Anselm Kiefer , numa instalação que relembra perversão e crueldade nos campos alemães. Vagões de carga são esvaziados pelas mãos do tempo como casas judias saqueadas pela descrença e pichadas com as pinceladas da ignorância que devastou parques e condenou árvores que serviram de abrigo para vivos e mortos. A performance fotográfica impressiona pela dimensão e o conteúdo que denuncia e resgata a força das mães que perderam filhos e ganharam traumas e caixinhas de saudade. E a galeria brilha na rua que clama pelo prazer diluído na urina, fezes e esperma que brotam dos canos quebrados espalhados pelo quarteirão. É assim a arte e seus apelos estéticos intensificados pelo nosso olhar: bela e fétida!
Gurgel de Oliveira
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