quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Os Vasos de Terracota que Guardavam os Mortos

A antiga civilização da Etrúria, localizada na Itália Central, teve a sua mais importante e expressiva produção artística entre os séculos oito e dois antes de Cristo. Artesãos de extrema habilidade e inspirados pela arte grega, fenícia, egípcia, assíria, e oriental, os etruscos influenciaram profundamente a arte romana do primeiro século antes da era cristã. A estatuária e os vasos funerários confeccionados em terracota, barro e bronze e a joalheria em ouro, prata e marfim são o testemunho da habilidade e talento do povo Etrusco para a construção e lapidação de uma estética que marcou época e encantou deuses, raínhas e guerreiros tocados pela vaidade. O costume de guardar as cinzas dos entes queridos em vasos funerários, ricamente decorados com esculturas que reproduziam traços da fisionomia do morto impressionam o menino Mateo, que ouve com atenção as estórias contadas pela sua avó materna, dona Francesca, professora de Educação Artística e investigadora das ruínas de Arezzo, cidade-estado da Etrúria, que sobreviveram e são testemunhas de um tempo que não retorna. Os dois caminham e rompem o silêncio vespertino com perguntas que possivelmente ainda estão com as suas respostas embaixo dos sítios arqueológicos. Dona Francesca , na tentativa de satisfazer a curiosidade do menino, diz que o esforço dos estudiosos para juntar fragmentos que façam algum sentido é muito grande. Pesquisadores e cientistas da arte e civilizações antigas investigam diariamente tentando preencher lacunas de incertezas a respeito dos hábitos e cotidiano de um povo que guardava em vasos o poder da ancestralidade.
Gurgel de Oliveira


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