Norman retornou à casa. Mamãe está no quarto e tem sorrisos nos dedos. Um vulto anda pelos corredores e bate à porta. Vento e tempo choram mais rápido. A chuva ameaça cair. Velas e medo rondam os castiçais. O lustre ainda é o mesmo. Sala e banheiro foram isolados. No hotel não há hóspedes. Lagartos cavam o terreno. Norman lembra de tudo. Mamãe chama pela janela. Pão e café esperam na mesa. Um ruído vem do porão. A sopa não tem o sabor de antes. Leituras do passado causam tumulto. Um corvo olha de longe. Algo está prestes a acontecer. Guardar rancor afeta o estômago e resseca a saliva. A canção provoca fadiga. Norman tenta dormir e os fantasmas acordam. Marion Crane não mora mais aqui. O hotel se recolhe. Roupas e varais perdem as cores e somem no deserto.
Gurgel de Oliveira
Nenhum comentário:
Postar um comentário