A floresta guarda segredos e as árvores nos olham de cima. As trilhas são muitas e o perigo é real. Galhos e folhas escondem encantos e um mundo não visível. Cleópatra Sétima prepara unguentos e estica papiros. Um homem atravessa um rio e acaricia o sagrado. A perda da crença entristece os deuses. Ninfas rasgam montanhas e nos trazem alegrias. Sátiros desafiam a velocidade e Centauros adormecem diante das pedras. Górgonas se desfazem, viram pó. E o livro se fecha no fundo da terra. Não acreditar provoca a lâmina e o seu corte. O altar é adornado com frutas e flores. Velas serão despertadas numa sala escura. O cheiro da parafina não faz bem ao corpo. Cobrir as imagens com véus é vedar os lábios da existência. Não vamos rezar mais. As igrejas serão apenas depósitos de ex-votos.
Gurgel de Oliveira
Nenhum comentário:
Postar um comentário