Arte, História e Canções para Virginia Woolf
quarta-feira, 25 de setembro de 2013
A BRINCADEIRA
Quando a música começa é a hora de correr para o esconderijo. A casa da árvore está fechada. Ficar no depósito não é aconselhável. As roupas não oferecem conforto e os sapatos podem ficar presos na lama. Quem está com o machado não tem noção de perigo. Máscaras são importantes. Ninguém sabe quem é quem. O violino chora. Alguém foi abatido bem próximo dalí. Todos correm para perto do rio. O barulho da água confunde o matador. Roedores correm por baixo da ponte e restos de frutas são encontrados perto das roupas dos que foram afastados do jogo. E a brincadeira continua. A tinta das máscaras mistura-se ao suor. Estão todos cansados. A música muda de rumo . O violino foi jogado no rio. É hora de acabar e voltar para casa. Um copo de vinho para refrescar o corpo. Uvas e sangue são a mesma coisa e a tarde é um copo de leite. Sem a música não dá para continuar. O silêncio não oferece caminhos e logo teremos escuridão. Fechem os livros e corram para as camas. Dormir é uma forma de se manter invisível. A claridade virá sem ressentimentos.
Gurgel de Oliveira
Foto de 1900. Domínio público.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Postagem mais recente
Postagem mais antiga
Página inicial
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário