Sara desapareceu numa manhã de inverno. A família não esquece e procura pela garota até hoje, sempre movida pela esperança e o desejo de revê-la . A história é cercada de versões e mistérios. Pessoas dizem ter visto uma criança entrando no parque com um objeto nas mãos. Outras contam o que vem na cabeça só para sentirem que estão vivas. O parque já está iluminado. É dezembro e as festas são inevitáveis. Luzes piscam nas avenidas e lojas. Dona Vera, a mãe de Sara, enfeita todos os cômodos da casa e espera uma surpresa. Uma visita repentina. De preferência, antes da ceia. A foto da menina está no pé da árvore, com um presente embalado e amarrado nas fitas azuis. Todos chegam para o jantar. Dona Vera parece ter fogueiras na face e os pertences da filha presos na garganta, mas o choro não vem. Quem sabe no próximo Natal.
Gurgel de OliveiraFoto de 1900. Sem referências do autor.
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