Recebemos notícias de pessoas que pertencem a um passado próximo. Algumas estão em busca da felicidade, outras continuam na estrada carregando o destino nas costas. Não deixemos que abram feridas nas nossas almas. As cicatrizes demoram e as dores nos impedem de voar, de dormir, e de enfeitar o quarto com sorrisos. As marcas na alma são para sempre. Carregamos por toda a vida e, as vezes que lembramos, um traço de melancolia percorre o nosso corpo e retira as cores que pintam o tempo e nos trazem um pouco de alegria. Já é hora dos pássaros. Os cantos se misturam e vão costurando o amanhecer. Hoje é dia de reverenciar as ruas. Esquinas são palácios e avenidas atalhos para os jardins. Aos que moram no passado, presos à estórias contadas nas rodas de violão, que venham dedilhar novas canções e bordar as nossas noites com acordes nunca ouvidos antes. E aos amigos que vivem com os anjos, numa esfera que ainda não podemos alcançar, que voem sobre as nossas cabeças e nos tragam equilíbrio. Não deixemos que retalhem as nossas almas e nos atirem sal no rosto sofrido dos nossos sentimentos. Se não temos asas, o pássaro menos distante sai em quinze minutos. Vamos voar e tentar diminuir as dores da saudade. Um dia passa!
Gurgel de Oliveira
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