sexta-feira, 13 de setembro de 2013

O ATAQUE DAS BORBOLETAS

É necessário que tenhamos atenção a partir de agora. Cangurus foram vistos numa avenida próxima observando borboletas. As janelas devem permanecer fechadas e a lei do silêncio bate à porta. Crianças correm pelas calçadas e os carros não respeitam os sinais. Cemitérios serão bordados nas paredes das fábricas e os operários pararam as máquinas. Escurece aos poucos e as ruas estão vazias. Brinquedos são encontrados em latas e os varais perderam roupas e lenços. Está tudo escuro. As padarias abriram  mais cedo e o café da tarde foi adiado.Velhinhos têm buracos desenhados nas rugas. Pessoas rezam nos cinemas e cartazes são pichados com saliva. Ostras são encontradas nos armários. A lua não apareceu e os vampiros dormem  nos porões das mesquitas. Tudo virou feitiço e a cidade é um fantasma. Corramos em direção à estação. Os vagões sairão no horário combinado e precisamos fugir. Um outro dia nos espera.

Gurgel de Oliveira

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