quinta-feira, 3 de outubro de 2013

ANNE SEXTON

O almoço está servido. A poeta desfia palavras  enquanto come legumes e caça. O inverno chegou com o rigor dos ursos e o olhar de Anne mergulha no vazio. As mãos não param e versos são escritos na toalha. Mesas e confessionários se confundem. A elegância tem um preço e cigarros são queimados. O véu da tragédia está presente e  o carro  dorme na garagem. Doces são servidos com café, creme e licor. As duas amigas se despedem. A casa está cheia e estrofes são lidas no final da tarde. Lenços são jogados no pasto e nomes riscados no mármore. Alguém canta baixinho e tulipas enfeitam cristais. É a hora do silêncio. A estrela apagou.
Gurgel de Oliveira

Nenhum comentário:

Postar um comentário