O lugar impressiona pela
simplicidade. A forma dos objetos é desconhecida. Molduras protegem rostos e
olhos que vigiam malas e camas. A luz do Sol não entra nunca e a parede não tem
pele. Bolos e doces jamais foram vistos . O sabor é ignorado e a refeição está queimada. Parece que o mundo
parou. O ato de respirar não é exercido e árvores são vistas pela janela. Lá
fora faz frio. Barcos e jangadas se preparam para inundações. Os peixes sentem
medo da força da água. O quarto está no limite. Berços e garrafas navegam pelos
corredores. É hora de subir nos móveis e procurar os bilhetes que não foram
escritos. A mulher grita da cozinha. O fogão já se foi com as talhas e os
tapetes choram no banheiro. A destruição já era prevista. Corpos pedem socorro
e roupas são atiradas ao vento. Tratem de procurar abrigo. A casa não existe
mais. Façamos jardins nas mantas que ficaram. Ratos e mentes podem dormir com as flores.
Gurgel de Oliveira
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