quarta-feira, 30 de outubro de 2013

EDMEA TETUA

As cinzas da soprano foram atiradas ao  mar, num ritual de canto e saudade. Acordes foram ouvidos nas ilhas próximas e o Céu foi forrado com nuvens  em sépia.  Chapéus  e muita renda compunham  o figurino dos convidados. Rosas foram  postas nas ondas.  O perfume da partida. Em silêncio, o navio retornou ao porto da cidade italiana onde a cantora viveu. Comovente! Músicas profanas encheram as ruas de imigrantes. Máscaras esconderam dores e fitas riscaram o espaço. Como um baile de pipas na Nicarágua. A calmaria chegou com a chuva. Os barcos se recolheram.   A noite seguiu o seu curso. Poemas são pedaços de vida que desafiam o tempo.
Gurgel de Oliveira

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