O que tem do outro lado da porta não é revelado. O corpo é
revestido com manchas e o passado se renova em instantes. Um conto de
assombração passeia pelos corredores. As arandelas indicam que é começo do
século vinte. As crianças dormem no quarto ao lado. Brinquedos de madeira se
espalham pelo outros cômodos da casa e
os jogos de montar foram esquartejados. Do outro lado da porta as respostas se
questionam. Revelar o segredo é fazer a
brincadeira perder o rosto e colocar espinhos
na refeição da manhã. A fechadura não oferece pistas. A luz das velas está no
final. As armas respiram perigo. Uma canção de adeus escorre pelos lustres. O
cristal se despede das sombras e o pomar amanhece na escuridão. A governanta preparou o café e enforcou o sorriso.
Gurgel de Oliveira
Foto de 1912. Domínio público.
Foto de 1912. Domínio público.
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