segunda-feira, 28 de outubro de 2013

REFLEXOS

Ausências  que habitam desertos. Lagartos deixam rastros na areia. Saudades  desenham mantos no rosto do dia  e correm espetando angústias por lugares não tão conhecidos do mundo. O ermo é o aconchego das mãos que tremem diante da caneta portadora da febre . Rasgar a folha não escrita é desistir do sofrimento da criação. A emoção se recolhe e permite que a razão se desfaça. As horas não ajudam. Não passam e se prendem a relógios... moradores das algibeiras que não acordam mais. Saber morrer é acomodar o corpo no aconchego da alma e esperar o sinal do anjo da memória O ermo acalanta  a carne. É o choro. Partir é limpar o rosto com pétalas de presenças  e recriar a palavra que não foi escrita.

Gurgel de Oliveira

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